A preocupação com o meio ambiente tem levado cada vez mais empreendedores a buscarem soluções sustentáveis para seus negócios. Por um longo tempo, empresas aumentaram o ritmo de produção e diminuíram a preocupação com o meio ambiente isso causou graves danos que atingem diretamente a fauna e a flora.
Embora ainda seja um problema constante, os prejuízos causados pela produção industrial estão sendo contidos de maneira moderada por empresas que estão plantando a semente da sustentabilidade e estabelecendo métodos para não gerar mais estragos ao ecossistema.
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, comitê criado pelas Nações Unidas (ONU), o desenvolvimento sustentável é a evolução, da tecnologia, do mercado e da indústria. Ele é capaz de suprir as necessidades da atual e das futuras gerações, harmonizando o interesse econômico e a preservação ambiental. Por isso, é necessário alertar o consumidor sobre o malefício provocado por uma produção irregular, de empresas consagradas no mercado econômico.
Por outro lado, é possível encontrar multinacionais e pequenos empreendimentos que adotam medidas de confecção da mercadoria que visam a preservação do meio ambiente e merecem destaque pela ação, que ajuda a sociedade e gera lucro, sem abusar de recursos que prejudicam a atmosfera terrestre.
A investigação liderada pela ONG Amazon Watch, em parceria com organizações brasileiras e europeias, apontou que grandes empresas como JBS, Bunge e Santander são cúmplices do desmatamento na Amazônia. O estudo investigou relações entre grupos autuados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), e grandes consumidores de commodities,
produtos usados como matéria prima nos Estados Unidos e na Europa.
O objetivo foi ligar os pontos das cadeias produtivas com o intuito de alertar consumidores europeus e americanos, que respondem, respectivamente, por 18% e 11%, da exportação das commodities brasileiras, sobre a responsabilidade de cuidar e preservar a Amazônia.
Entre as multinacionais encontradas como compradoras de empresas que cometeram infrações, estão os maiores frigoríficos brasileiros, entre eles o grupo JBS, e Bunge e Cargill: os gigantes da produção de soja. Em nota, Bunge e Cargill negam que as atividades tenham relação com o desmatamento e contestam a autuação do Ibama, que segundo eles, são “infundadas”.
Já a JBS afirmou que monitora diariamente as fazendas fornecedoras de gado, via satélite. Além de cruzar dados com a lista de áreas embargadas pelo Ibama, com a lista suja do trabalho escravo do Ministério da Economia. A nota publicada pela JBS contradiz as evidências apontadas pelo relatório. No documento, há registros de compras de fazendas ilegais, sendo uma delas a Fazenda da AgroSB, autuada pelo Ibama, que concorreu ao título de “melhor lote de animais abatidos pela JBS”, em janeiro de 2017.
Embora as empresas tenham políticas de compra responsável e afirmam que não compactuam com o desmatamento na Amazônia,
a falta de transparência torna o compromisso difícil de ser averiguado. Antes de chegar às prateleiras dos supermercados, os produtos feitos com a soja passam por diversos atores intermediários como fazendeiros, exportadores, processadores, criadores de gado e varejista. No caso da carne, o desafio é maior, já que o gado pode ser criado em áreas ilegais e em seguida transportado para fazendas regularizadas.
A Amazon Watch apontou, ainda, quais bancos e acionistas investiram em empresas que não garantem a origem de “livre de desmatamento” nos produtos. Entre bancos internacionais, o Banco Santander ficou em destaque. Ele publicou em nota que as empresas mencionadas no relatório teriam cumprido acordos firmados com o Ministério Público Federal (MPF), para “garantir a procedência dos animais adquiridos na região amazônica’’.
Além disso, afirmou que usa critérios socioambientais para avaliar a carteira de clientes, mas não cita a relação como investidor com participações em emissão de dívidas e também como acionista de frigoríficos citados no relatório.
Desmatamento
O desmatamento na Amazônia tem aumentado desde 2012 e pode continuar crescendo, segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em comparação ao mês de julho de 2018 e 2019, essa ação ilegal cresceu cerca de 278%, de acordo com as análises do Inpe. Entre as principais causas estão a impunidade de crimes ambientais, atividade pecuária, estímulo à grilagem
de terras públicas e a retomada de grandes obras.
Especialistas afirmam que o desmatamento da Amazônia é um dos principais empecilhos para atingir as metas climáticas globais. A engenheira florestal, Ana Vera, afirmou que as empresas são causadoras do desmatamento de forma desordenada. ’’Queimadas, práticas agrícolas ilegais, poluição do ar, do solo e da água, despejo irregular lançado inadequadamente em igarapés da cidade é um dos grandes problemas das empresas que contribuem para o desmatamento do meio ambiente’’, comentou.