Em comparação com setembro de 2018, o desmatamento na Amazônia é 96% maior em setembro de 2019, segundo revelou o Inpe. O aumento foi registrado pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), mecanismo de monitoramento em tempo real que alerta os índices de desmate ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
As estatísticas mostram que a devastação subiu 92,7% entre janeiro e setembro deste ano, em relação ao mesmo período no ano anterior. Foram 7.854 km² destruídos nos primeiros nove meses de 2019, enquanto 2018 registrou 4.075 km² de desmate.
Em outubro, a Amazônia registrou o número mais baixo de queimadas para o mês desde o início da série histórica o monitoramento começou em 1998. Ao todo, foram identificados 7.855 focos de incêndio na região, segundo dados do Programa Queimadas, do Inpe.
O índice significa uma redução de 26,2% comparado ao mesmo período do ano passado. Até então, o outubro com menor número de incêndios havia sido em 1998, com 8.777 registros.
Em 2019 a quantidade de focos de incêndio na Amazônia ainda é superior a 2018. Foram 74.605 ocorrências notificadas entre janeiro e outubro, ou 29,4% a mais do que mesmo intervalo do ano anterior, quando houve 57.622 registros.
Segundo um estudo da Universidade de Stanford o desmatamento da Amazônia traz não só problemas climáticos, mas também de saúde, aumenta a ocorrência de malária. A pesquisa encontrou correlação entre epidemias e a derrubada de árvores. Ainda de acordo com o estudo, a relação entre o desmatamento e a malária pode ser identificada desde os anos 70, quando o Brasil começou a incentivar o uso de terras amazonenses e consequentemente, ocorreu um aumento nos casos da doença.
No entanto, pesquisadores ainda não têm certeza de qual a ligação entre os dois fatores. Algumas das hipóteses é que com menos área verde, aumenta o habitat do mosquito transmissor da doença ou ainda torna o clima mais favorável para a sua reprodução.