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Uso excessivo das redes sociais causa ansiedade e depressão 

Casos de ansiedade e depressão agravados pelas redes sociais são cada vez mais comuns nos consultórios de psicologia e psiquiatria.

Por Lídia Araújo e Beatriz Morais 

Especial para a redação portalfalcon.com 

Publicado em 23/11/2022 

 

O processo de globalização e o avanço tecnológico têm no uso das redes sociais uma das principais ferramentas que nos trouxe uma infinidade de benefícios, e tornou-se uma necessidade constante entre os seres humanos. Ao acordar, a primeira coisa que se faz é checar as contas nas redes sociais. No entanto, o uso excessivo, associado ao mal uso dessas ferramentas, tem se tornado um problema de saúde física e mental. Casos de depressão e ansiedade, agravados pela influência das redes sociais, são cada vez mais comuns nos consultórios de psicologia e psiquiatria. 


O mundo virtual deixou de ser uma distração e se tornou uma necessidade diária de superexposição, ocasionando, entre os usuários, comparação e a busca pelo perfeccionismo, além de, um sentimento de inferioridade, incapacidade, autojulgamento exagerado, baixa autoestima, inquietação, ansiedade, depressão e abstinência quanto ao afastamento das redes sociais.  


Segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Martha Falcão Wyden, professora Maria Vilani Sequeira, não há como negar a possibilidade de interagir com as redes sociais, entretanto, é preciso que os usuários tenham autocontrole sobre tais ferramentas. “Devido ao número acelerado de informações, os usuários confundem o que é público do que é privado, não sabendo escolher e selecionar o que consumir. Além de, por consequência do uso excessivo, a comparação entres os seres humanos, que resulta, na busca pelo perfeccionismo, e agrava sintomas de ansiedade e depressão”, disse Siqueira. 


Os influencers, conhecidos como criadores de conteúdo, sofrem diariamente com impactos negativos, a autocobrança pelo engajamento e perfeccionismo se tornam mais agravantes, devido a sua principal ferramenta de trabalho ser as redes sociais.  A influencer e criadora de conteúdo, Victória Hillary Ferreira, relata que, como consequência dos efeitos do consumo descontrolado de redes sociais, desenvolveu ansiedade grave e a busca pelo perfeccionismo causou um bloqueio pessoal em relação a eventos sociais, e por conta disso, tem dificuldades de socializar, interagir e conversar com indivíduos no mundo real, optando mais pela interação virtual. “Quando comecei a ter meus primeiros contatos nas redes sociais, tive muito medo de falar, fazer algo errado e ser cancelada, ou até mesmo aparecer feia, pois, na minha visão, queria e precisaria estar perfeita o tempo todo”, relatou Ferreira. 


Ainda de acordo com a influencer, diariamente chegam mensagens de seguidores, relatando que passam pela mesma situação e ela tenta ao máximo fazer com que se sintam à vontade em seu perfil.  



É importante não se restringir ao mundo on-line, e observar as possibilidades que existem na vida real. Saber que, nós seres humanos, precisamos da presença física do outro para aprendermos a nos relacionar socialmente. É preciso analisar com cuidado o que é válido consumir ou não, pois, a perfeição está longe de ser uma realidade alcançada. 


*Texto informativo faz parte das atividades da disciplina Técnicas de Entrevista Jornalística, ministrada pela professora Vanessa Sena (2022-2). 

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