Projeto de Lei prevê o fim das sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais em Manaus

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Projeto de Lei prevê o fim das sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais em Manaus

Tramita na Câmara Municipal de Manaus o Projeto de Lei nº 216/2020 que prevê o fim da distribuição gratuita das sacolas plásticas.

Raifran Monteiro – redação portalfalcon.com

Publicado em setembro de 2020

Já existem alguns estados no Brasil que proíbem o uso de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais. Desde julho deste ano tramita na Câmara Municipal de Manaus (CMM) o Projeto de Lei nº 216/2020, de autoria da vereadora Glória Carratte (PL), junto com o vereador Professor Fransuá (PV), esse projeto dispõe sobre a proibição da distribuição gratuita de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais no Município de Manaus, com a finalidade de estimular o uso de sacolas reutilizáveis que não prejudique o meio ambiente.

As sacolas plásticas que são muito utilizadas em supermercados, demoram cerca de 100 a 400 anos para se decompor. Essas sacolas ao serem descartadas contribuem para a poluição de rios, mares e igarapés, entopem córregos e bueiros da cidade. Além de afetar diretamente espécies marinhas. Supermercados da cidade, pensando nisso já iniciaram um processo de comércio sustentável, é o caso do Assai Supermercados.

De acordo com a assessoria do supermercado, em todas as lojas do Assaí Atacadista no Brasil, tanto as sacolas plásticas, quanto as retornáveis, são vendidas como qualquer outro item comercializado. A rede não realiza distribuição gratuita justamente como forma de conscientizar o consumidor e como parte da sua política de uso racional de sacolas plásticas. O Assaí não obtém lucro com a venda dos itens, uma vez que destina a receita líquida da sua venda para entidades de assistência social em todo o Brasil – no caso do Amazonas, a instituição beneficiada é a Apae Manaus.

Outro supermercado que vem aderindo a sustentabilidade é o Grupo DB que retirou mais de 625 mil sacolas dos supermercados em Manaus. Agora o supermercado vem oferecendo caixas de papelão gratuitas e sacolas reutilizáveis. O idealizador do projeto é o presidente do grupo Sidney Pedrosa. E a prioridade é atuar na conscientização dos clientes para a mudança gradual. O projeto em questão é o “DB do Bem”, que inclui uma série de ações nas áreas ambiental, social e cultural.

A engenheira Ambiental Lilian Dirani acredita que há medidas mais importantes a serem implementadas antes de ações como essa nesse projeto de lei. “A proibição de sacolas plásticas no Brasil é tendência, muitas cidades já proíbem a sua distribuição gratuita, assim como em outros países. Porém, antes de chegar a este tipo de proibição, as cidades, como a cidade de Manaus, precisam trabalhar na conscientização da população e estruturar a destinação correta dos resíduos gerados. Atualmente possuímos uma infraestrutura precária para destinação dos resíduos, onde a coleta seletiva é pouco incentivada, assim como são poucas as empresas que realizam a reciclagem de resíduos, principalmente na nossa cidade”, explica a engenheira.

Para a engenheira a preservação ambiental, é importante trabalhar no consumo consciente, e os municípios também precisam atender a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

“Antes de implementar proibições, deve haver uma educação ambiental que conscientizem a população a adotar medidas de consumo sustentável e dar soluções palpáveis para que todos possam aderir a esse tipo de ação”, finaliza Lilian.

Sustentabilidade

A estudante universitária Ketlen Karen, 20 anos, já pratica a sustentabilidade há alguns anos. Ela conta que sempre acompanhou os pais na hora de fazer as compras no supermercado e que essa ideia de utilizar, ecobags ou sacolas reutilizáveis, é benéfica à população e principalmente ao meio ambiente.

“As sacolas reutilizáveis ou ecobags são mais fáceis para transportar a mercadoria e também é muito importante para diminuição da produção de lixo. Em casa, a gente aproveita as sacolas plásticas de supermercado para usar nas lixeiras, mas conheço várias pessoas próximas a mim que só jogam fora as sacolas, utilizam uma quantidade absurda para pouca mercadoria. Todas essas ações têm um impacto muito grande no meio ambiente, então ver esse projeto tramitando na Câmara é bem legal e esperançosa”, afirma a universitária.

A empreendedora Giuliana Leda, 19 anos, também é adepta a esse processo de sustentabilidade. Além de utilizar as "ecobags", também as produz, em sua lojinha (@crua.com). Para ela, a ideia desse projeto de lei em Manaus é muito importante e deve ser seguida. A estudante conta que tem essa consciência sustentável há um tempo e utilizava as ecobags de outras marcas, mas desde quando abriu seu próprio empreendimento, no início da quarentena, utiliza seus produtos.

“Eu tenho consciência sustentável já faz um tempo. Eu assisti alguns documentários que me fizeram bem consciente em relação a isso, e desde então eu tento reduzir o impacto ambiental sobre as coisas que eu consumo ou faço. E foi na quarentena que surgiu essa ideia de fazer as ecobags, que eu já utilizava de outras marcas, porém eu queria fazer com o meu estilo “mais artístico”, e eu queria também propagar essa ideia para outras pessoas, de ser mais sustentável no dia a dia de uma maneira simples”, explica a empreendedora.

Ecobags

As ecobags são produtos criados para substituir a utilização das sacolas plásticas em prol ao meio ambiente. São opções disponíveis e sustentáveis, tem uma durabilidade maior e feitas de materiais considerados sustentáveis e biodegradáveis. As ecobags têm a vantagem de poder ser lavadas e usadas em diferentes ocasiões no dia a dia, além de suportar um peso maior do que as sacolas de plástico. Hoje essas sacolas reutilizáveis podem ser encontradas em qualquer lugar como a Crua & co. Giuliana conta que é responsável por todo o processo, desde a costura até a embalagem. “A loja é só minha, eu faço todos os processos, desde a costura das ecobags, até a embalagem. Tudo feito 100% manualmente”, explica.

“Queria muito ter umas ecobags mais com a minha cara, mais artísticas e também queria ter essa iniciativa de poder incentivar outras pessoas a ter uma relação mais sustentáveis ao meio ambiente, então eu decidi produzir as ecobags. Eu costuro, faço os desenhos/pinturas, cuido da parte financeira, mídias sociais e design", conta.

Giuliana conta que as vantagens de se utilizar as ecogas são inúmeras e benéficas para o meio ambiente e ainda explica qual é o pilar da sua lojinha. “ Eu acredito que as vantagens de utilizar ecobags são inúmeras, mas as principais são que você pode levar pra todo lugar, combinam com qualquer estilo e são principalmente ecológicas. Um dos pilares da CRUA é esse, transformar o mundo através de pequenos gestos”, finaliza.

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