A rotina de leituras, escrita, envio, reescrita, aprovação, até chegar ao grande dia é intensa, noites são mal dormidas, a cabeça não para de raciocinar, a ansiedade aumenta como se não pudessem conseguir. 

Esse é o sentimento da estudante de jornalismo, na Faculdade Martha Falcão, Camila Duarte. A mesma encontra – se no oitavo período do curso, e está muito próxima da entrega de seu “tcc” e claro, do momento em que precisará defender suas ideias. Camila conta que fez o possível para adiantar todo o material e chegar a essa fase tranquila, porém, os sentimentos de desespero, medo e ansiedade tomam conta do momento: “Às vezes eu começo a suar frio, como se estivesse com algum problema, sei lá... respiro e repito para mim muitas vezes que vai dar tudo certo. Assim fico um pouco mais calma, mas só um pouco mesmo”. 

Segundo o professor e psicólogo Rockson Pessoa, esse nervosismo vem do fato de ser um momento de avaliação: “nós ainda estamos em uma cultura em que ser avaliado é algo negativo e isso ajuda a ter medo”. Além disso, ainda defende que o desconhecido assusta e aflora ainda mais o sentimento de incerteza. 

A pandemia despertou vulnerabilidades em muitas pessoas e tornou o dia- a- dia mais preocupante, entretanto, algumas vantagens podem ser vistas nesse momento, como a defesa dos trabalhos de forma remota, o que para o professor, ajuda um pouco em relação ao sentimento de avaliação, julgamento, cobrança, já que existe uma tela de computador em frente. 

Ainda sobre a dificuldade do processo, Rockson afirma que é importante aceitar os novos sentimentos que surgiram nos últimos meses e até o luto quanto os planos precisam ser modificados. Esse foi o caso da aluna Luisa Maria, também estudante de Jornalismo, na faculdade Martha Falcão, que preferiu adiar a entrega do projeto final, prezando principalmente por sua saúde mental: “Eu tentei ser muito forte, mas não consegui. Fiquei bem mal quando vi que não ia dar certo, mas preferi guardar minhas ideias pro próximo período para que a qualidade do trabalho seja maior. Tenho trabalhado muito, acordo muito cedo, trabalho o dia inteiro, é impossível conseguir focar em escrever”. Essa atitude é positiva, na visão do psicólogo, já que o mais importante não é o tempo que se leva para chegar ao fim da jornada, mas o quão saudável conseguiu se manter durante o caminho. 

Ao final da discussão do que é certo ou errado, somente a própria pessoa poderá e saberá decidir. Esse é um momento de mudança, transição e o ponto de partida para o fechamento de um ciclo importante, por isso, se houverem reações muito expressivas de cansaço, medo, euforia, ansiedade, entre outras características, é preciso avaliar a raiz de cada incômodo com a ajuda de um profissional, seja através de terapias, remédios – somente indicados se forem receitados por um psiquiatra – e trabalhar para que vivências como o “tcc” sejam superadas cada vez mais. 

E falando em superação, os prazos para a entrega e defesa dos trabalhos na faculdade Martha Falcão estão findando e em breve os alunos do oitavo período irão se aventurar na maior apresentação de suas vidas (quem sabe?!). 

Paro um instante para desejar a você, que vai defender seu projeto: acredite no seu potencial, no quanto você estudou, mantenha – se em paz, calma e saiba que momentos como esse, dificilmente voltam, mas fazem parte de quem somos como pessoas e constroem a vida profissional. 

Edição: Marcella Ladislau

Atualização: Maickson Serrão

Supervisão: Professora Vanessa Sena