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Vício em jogos eletrônicos será classificado como doença, diz OMS

A OMS levanta o alerta sobre as consequências físicas e emocionais do tempo excessivo gasto em games.

Raifran Monteiro  – redação portalfalcon.com

Publicado em 02 de dezembro de 2020.

Os jogos eletrônicos estão se tornando cada vez mais populares, e são uma das mais importantes atividades de lazer para crianças e adolescentes. Por trás dos jogos cada vez mais interessantes, dinâmicos e interativos, existe uma indústria extremamente lucrativa que desenvolve muita pesquisa para tornar seus games cada vez mais envolventes. Os jogos eletrônicos são hoje o principal motivo pelo qual adolescentes, principalmente masculinos, fazem um uso problemático da internet, sendo, por isso, fonte de intensa preocupação.

De acordo com a OMS - Organização Mundial de Saúde, jogar muito pode ser considerado uma doença, um vício. Um dado que pode ser considerado um tanto óbvio foi colocado na 11ª lista de Classificação Internacional de Doenças (CID), que inclui a condição sob o nome de "distúrbio de games". Esse documento descreve o problema como padrão de comportamento frequente ou persistente de vício em games, tão grave que leva "a preferir os jogos a qualquer outro interesse na vida". Entrará na sua classificação como um transtorno mental, a partir de 1º de janeiro de 2022.

Os jovens estão cada vez mais propícios a passar muito mais tempo dentro de suas casas, brincando com seus PCs e jogando em celulares do que pertos de seus amigos brincando de coisas que estimulem seus corpos. Basta você prestar atenção ao seu redor, e você vai achar o seu irmão ou algum outro parente seu mais novo e verá ele conectado querendo saber qual foi o último lançamento de jogos, estratégias, etc. Ele já não quer mais saber de jogar bola, ele gosta de Free Fire, Call Of Duty, etc. 

O professor de comunicação com ênfase em audiovisual, da Faculdade Martha Falcão (FMF), Marcus Cordeiro, explica como os jogos eletrônicos funcionam e essa classificação da OMS como “jogos viciantes”. “Os jogos funcionam através de sistemas de recompensa que podem ativar receptores ligados ao vício em certos jovens com predisposição à ativação desses mesmos receptores em atividades igualmente viciantes. Isso significa dizer que alguém que se vicie em jogos eletrônicos teria a mesma tendência de se viciar em qualquer outro tipo de atividade que ative esses mesmos receptores, como o vício em jogos de azar, vício em drogas ou até mesmo vício em comida e/ou exercício. Ou seja, até agora, as pesquisas médicas só conseguiram provar fundamentalmente que quem desenvolveu o vício em jogos apontados pela OMS tem a mesma predisposição ao vício em outras atividades consideradas "viciantes" e que precisam ser consumidas em moderação”. conta o professor. 

A psiquiatra Carolina Vieira, conta que o comportamento e dependência que temos e vamos adquirindo é semelhante a química. “A dependência de comportamento é muito semelhante à química. Vários hábitos que temos e que fazemos de modo produtivo, saudável, no caso do dependente, ganha características de empobrecimento, escravidão, prejuízo”, explicou a profissional.

 O Reino Unido oferece clínicas privadas para tratar o distúrbio de vício em jogos eletrônicos e alguns outros países assim como o Reino Unido já tinham identificado o vício em jogos eletrônicos como um problema grave de saúde. Já a Coreia do Sul e China tomaram medidas mais rígidas, limitando as horas de videogames para menores de 16 anos.

Carlos Lima, 16 anos, estudante do ensino médio é um desses jovens que são vidrados em em jogos eletrônicos, ele conta a sua experiência nos jogos e qual a sua necessidades. "Jogar vídeo game é um lazer da grande maioria das pessoas e inclusive pra mim. Chegar em casa após um dia estressante da escola e do estágio, por exemplo, e ligar o playstation ou o PC e jogar aquela partida com meus amigos é um alívio.

Carolina ainda faz um alerta aos pais com os seus filhos. “É fundamental que pais e responsáveis estejam atentos ao tempo em que os jovens e as crianças vem passando em frente a uma televisão, jogando videogame, ou no computador e até mesmo no celular. A brincadeira pode se tornar um problema mais grave”, finaliza a psiquiatra.

Ediçâo: Marcella Ladislau
Atualização: Maickson Serrão
Superivisão: Professora Vanessa Sena
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