“Somos todos do mesmo sangue”
Última semana de novembro foi dedicada ao dia do doador de sangue nacionalmente
Isabelle Lima - redação portalfalcon.com
Publicado em 02 de dezembro de 2020.
É possível que você já tenha escutado que “um ato de coragem salva muitas vidas” em relação a doação de sangue. E é verdade! É um ato simples, rápido de ser realizado e pode salvar a vida de muitas pessoas. A última semana do mês de novembro de 2020 foi dedicada a campanha “Somos todos do mesmo sangue”, uma iniciativa dos hemocentros de todo país, em homenagem ao Dia Nacional do Doador de Sangue, que acontece no dia 25 desse mesmo mês.
A data foi instituída pelo Ministério da Saúde com o intuito de chamar a atenção sobre o ato solidário. É a primeira vez que essa ação acontece no Brasil, entretanto, tem muita importância, visto que durante a pandemia os estoques de sangue caíram 50% em algumas regiões.
Na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), a ação contou com brindes e lanche especial para os doadores assíduos de janeiro a outubro que compareceram no dia comemorado para dar sua contribuição. Aqueles que agendaram suas doações pelo site também ganharam uma camisa especial, com tema da campanha. Além de descontos nas corridas feitas ao hemocentro através do aplicativo “Uber”, que fechou parceria em respeito à causa.
E em meio a tudo isso, pode ser que você questione o que é feito desse sangue após a coleta. Segundo o Hemoam, depois que o sangue vai para o fracionamento, onde é separado em plaquetas, hemácias, crioprecipitado e plasma. Em paralelo a esse processo as amostras são analisadas pelo laboratório de sorologia, onde são realizados um total de dez testes, entre eles o molecular para detectar sífilis, HIV, hepatite e chagas. Após o resultado, se negativo, é liberado para a distribuição, conforme as demandas, que podem ser tanto da rede de saúde pública como privada, além das 42 cidades do interior do estado.
Dentro dessa distribuição, estão pacientes que precisam fazer alguma cirurgia e perdem sangue durante o procedimento, pacientes com doenças do sangue crônicas ou câncer, vítimas de acidentes e assim por diante.
Giulia Rebeca, é estudante de nutrição, na Faculdade Martha Falcão e doadora de sangue. Conhecendo bem a área da saúde, considera muito importante se envolver em causas como essa e conta uma história emocionante: Quando era estagiária da FCECON saímos do consultório, eu e minha dupla, e fomos fazer a consulta de uma paciente acamada. Chegando lá, ela estava fazendo transfusão sanguínea. Foi a primeira vez que eu vi alguém recebendo uma bolsa e na mesma hora pensei: “vai saber se esse não é o meu sangue? O sangue que eu doei.” Logo em seguida, a doutora disse que ela se sentiria bem melhor por conta do “sangue novo” no organismo dela. Foi uma sensação ótima e muito gratificante, e com certeza me fez ter mais vontade de continuar doando”, diz Giulia.
Da mesma maneira, João Gustavo Avelino é doador há mais de dez anos, categoria ouro no Hemoam, e descreve como sente felicidade ao realizar a ação. Segundo ele, é uma sensação de amor e compaixão e garante que lembra de uma frase que escutou até hoje em sua primeira doação: “com uma doação de sangue você pode salvar quatro vidas”.
Para se juntar a esse grupo de pessoas que salvam vidas basta se encaixar os seguintes requisitos: Ter entre 16 e 69 anos de idade (desde que a primeira doação tenha sido feita antes dos 60; jovens com 16 ou 17 anos precisam do acompanhamento do pai, da mãe ou responsável legal, em caso de tutela); pesar mais de 50 kg; estar saudável; apresentar documento oficial com foto; estar bem alimentado; ter dormido pelo menos 6 horas na noite anterior à doação.
Edição: Marcella Ladislau
Atualização: Maickson Serrão
Supervisão: Professora Vanessa Sena