Não é novidade que a pandemia trouxe incertezas em relação a vida no geral, entretanto, quando a instabilidade e o medo tornam – se frequentes e empecilhos para realização das atividades comuns do dia – a – dia, pode ser um alerta para a necessidade de ajuda profissional. Atualmente é comum ouvir sobre terapia e sua eficácia quanto às síndromes causadas pela correria, excesso de preocupação, entre outras confusões vividas na mente diante de um novo cenário, que não garante segurança e o clichê de que “psicólogo é coisa de doido” não cabe mais nos dias de hoje.
Dentro desse contexto, a psicóloga Larissa Leite, afirma que a ida ao psicólogo deve estar dentro das prioridades de uma pessoa, assim como qualquer check up em outro médico. Segundo a professora, não é preciso esperar uma crise cardíaca para procurar um cardiologista e conferir se tudo anda bem, da mesma forma deveria ser quanto a saúde mental: “Você tá excessivamente estressado, você não tá se relacionando bem com as pessoas. Você não está emocionalmente alistável para lidar com as suas demandas do dia a dia, você passou por perdas e se reconhece como ansioso como depressivo, que não é um diagnóstico estruturado, mas o reconhecimento particular importante para que você procure ajuda”, diz Larissa.
Algumas pessoas conseguem lidar com a quantidade exacerbada de demandas criando suas próprias estratégias, outras, precisam de atendimento. É necessário entender que os limites entre um ser humano e outro são diferentes e por isso, algo que cabe a um, não necessariamente cabe a outro. E essa também é uma realidade dentro das faculdades, principalmente em tempos de pandemia. Dezenas de matérias, trabalho ao mesmo tempo, descoberta da própria identidade, incertezas sobre que carreira seguir, e por vezes, sustento da família, são alguns tópicos que afligem os estudantes e roubam a capacidade de equilíbrio de suas vidas emocionais e consequentemente, físicas. Para isto, o acompanhamento psicológico é fundamental. Mas como dar conta em meio ao isolamento?
Essa é a boa notícia! O CAPSI, centro de atenção psicossocial, da faculdade Martha Falcão, é responsável por atendimentos psiquiátricos e acompanhamentos dos alunos que apresentam interesse, e agora, pioneiros em ter finalistas do curso de psicologia atuando a distância, por plataforma digital. Ou seja, o trabalho que já era desenvolvido pela instituição pode ter continuidade através do ZOOM.
Larissa, que também é coordenadora técnica do Capsi, explica que o Conselho Federal de Psicologia autorizou que essa modalidade aconteça por questões emergenciais, já que a demanda é intensa devido a COVID 19. Para fazer os atendimentos online, o profissional precisa ter um cadastro no site chamado por “epce” e somente com licença do conselho os estudantes podem estar envolvidos nessa nova modalidade.
Os atendimentos feitos por professores e profissionais formados podem ser feitos de casa, pois os mesmos precisam apenas de um registro para adentrarem a plataforma. Já no caso dos finalistas, vão até a faculdade e acessam os computadores em locais isolados, para manterem o sigilo de cada sessão. A orientação para quem recebe os atendimentos também inclui locais mais íntimos: “nós pedimos para pessoas que estão sendo atendidas online é que elas procurem não é um local isolado não é porque a consulta não deve ser ouvida por outras pessoas então o momento em que não tenha outras pessoas em casa ou que elas possam ficar no cômodo da casa, né sozinhas por uma quantidade de tempo de uma hora e também né? Que elas usem fone de ouvido e tem uma internet estável o suficiente para manter a consulta por uma hora de atendimento”, afirma Larissa.
Além de uma evolução para o meio acadêmico, é importante para a formação dos alunos: “é importante para os nossos alunos que eles tenham a oportunidade de realizar os atendimentos a partir de uma prática supervisionada. Ela é a única forma de trabalho enquanto expressão da profissão, ela ainda é uma área que ela tem muita demanda devido à necessidade geral, quanto ao sofrimento das pessoas que têm a necessidade de autoconhecimento, então, clínica de atendimento não é algo aceita estagiário. É uma prática que precisa ser mediada pela faculdade a partir das clínicas escola.
E para coroar a novidade, a comunidade é a principal beneficiada, porque as clínicas – escola oferecem serviços gratuitos de atendimento, ajudando as pessoas que não têm condições de acesso particular. No caso de interesse, é preciso colocar o nome na lista de atendimento e aguardar o chamado. A partir daí, desenvolver os trabalhos junto aos alunos e profissionais na clínica, que farão o encaminhamento conforme a necessidade.
Edição: Marcella Ladislau
Atualização: Maickson Serrão
Supervisão: Professora Vanessa Sena