A imprudência dos jovens em relação à covid-19 sempre esteve em evidência. O simples fato de muitos acharem que estavam imunes ao vírus apenas por estarem fora do grupo de risco fez com que a maioria não tomasse os cuidados necessários. Com boa parte das atividades abertas, os jovens seguem participando de aglomerações e tendo contato social sem menor o cuidado.
Em live realizada no dia de 11 de setembro, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) informou que o comitê de crise do governo do Estado identificou um ligeiro aumento no número de casos de Covid-19 nas classes A e B, em consequência das aglomerações em ambientes de lazer.
A presidente FVS, Rosimary Costa Pinto, reforçou a necessidade de se manter medidas protetivas contra o novo coronavírus e afirmou que o Governo do Amazonas não vai autorizar novas flexibilizações, por tempo indeterminado. “Temos um pequeno aumento no número de casos, principalmente onde a curva de casos era descendente. Estudo mostra que os indivíduos internados são pessoas que estão se expondo em ambientes de aglomeração”, explicou a presidente da FVS.
E mesmo com quem toma todos os cuidados necessários acaba se prejudicando pela irresponsabilidade de outras pessoas. Beatriz Fonseca, 21 anos, é técnica em análises clínicas no Hospital Maraya Redman Abdel Aziz, em Japurá-AM, e em um teste de rotina, testou positivo para o novo coronavírus. “No nosso ambiente de trabalho tomamos todos os cuidados recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Da nossa equipe composta por seis pessoas, apenas eu testei positivo. Acreditamos que fui contaminada em casa, pois moro na casa da mãe do meu esposo e a movimentação é bem grande, pois ele tem irmãos que sempre estão em festas e ambiente de lazer”, disse Beatriz.
Ao contrário do que muitos pensam, os sintomas da covid-19 também podem ser apresentados em jovens. Dores de cabeça, febre e falta de ar foram alguns sintomas que tanto Beatriz quanto seu esposo sentiram, “Foi um período muito difícil, ficamos de quarentena no nosso quarto, tendo contato com mais ninguém. Eu achava que não ia sentir os sintomas, mas na verdade eu senti todos eles e o pior foi a falta de ar”, relembra a técnica.
Jonathan Freitas, 27 anos, é enfermeiro no Hospital Delphina Abdel Aziz, em Manaus-AM, e afirma que nos últimos meses, a maioria dos pacientes que chega à unidade de saúde são jovens. Muitos afirmam que após a abertura de festas e bares, saíram e depois de curto período apresentaram sintomas da covid-19. “Eu como profissional e jovem prefiro me resguardar. Não somente por mim, mas pelas pessoas que moram comigo, esse vírus se propaga rápido e nós não percebemos. Ele pode ser leve para mim, mas para outras pessoas do meu convívio pode ser fatal. No pico da epidemia, perdemos uma colega de trabalho e isso nos deixou muito triste, pois estávamos apenas começando nossa carreira como enfermeiros. Ela nos deixou uma lição de que não importa a idade, todos nós estamos sujeitos ao vírus”, recorda Jonanthan.
Quando e onde procurar atendimento
Caso apresente sintomas da covid-19, recomenda-se procurar um serviço de saúde e informar se esteve recentemente em viagens internacionais ou em estados brasileiros com transmissão local do vírus.