Por Matheus Miyachi

Da redação portalfalcon.com

Publicado em 28/04/2022

Com apenas dois longas-metragens antecedentes, o cineasta Ari Aster já é considerado um dos novos mestres do terror, visto que ambos os projetos foram ovacionados por crítica e público, o que tornou as expectativas para seu terceiro filme, ‘Beau Tem Medo’, gigantescas. A obra chegou aos cinemas no dia 20 de maio, e é novamente uma parceria do diretor com o renomado estúdio A24.

Desta vez, diferente dos outros trabalhos de Aster, é abordada mais a tragédia do que o terror. Beau, interpretado pelo vencedor do Oscar, Joaquin Phoenix, tem o objetivo de fazer uma visita a sua mãe, mas a sequência de acontecimentos que ele passa para chegar até ela, é capaz de angustiar até o espectador mais apático. As reviravoltas são tão insanas, que o frequentador casual de cinema pode ficar mais aborrecido do que entretido, provando não ser um produto para todo mundo.

As temáticas principais são os problemas parentais e a ansiedade, tanto de forma literal quanto metafóricas, ambas trabalhadas eximiamente pelo roteiro. A direção de arte é extraordinária, com destaque na sequência em que há uma peça de teatro. Phoenix está ótimo como de costume, mas quem rouba a cena é Patti Lupone, lenda da Broadway que interpreta a mãe de Beau.

Apesar de vários pontos a serem exaltados, há certas cenas que poderiam ser encurtadas, especificamente na segunda hora da trama, que chega a ser um pouco cansativa. Ocorrem também exageros, muitos deles engraçados, mas alguns estão lá apenas para chocar, sem nada grande a acrescentar.

‘Beau Tem Medo’ pode não ser o filme mais unânime de Ari Aster em questão de aprovação, mas ainda assim é excelente. É preciso ter a mente aberta para embarcar nessa viagem, que embora seja em grande parte agoniante, certamente proporcionará emoções memoráveis.

Edição e supervisão: Professora Vanessa Sena