Clima de Copa faz fenômeno das figurinhas ressurgir
Álbum de figurinhas da Panini atrai grande público nas bancas de Manaus-AM.
Por Maria Fernanda Moutinho, Sabrina Azevedo, Thallys Alves
Especial para a redação portalfalcon.com
Publicado em 23/11/2022
Com a Copa do Mundo do Catar se iniciando já no próximo dia 20, uma das mais antigas tradições que antecedem o evento retoma ao seu protagonismo nas bancas de revista e nos principais shoppings da cidade: o álbum de figurinhas da Panini. A editora italiana que produz o álbum oficial do torneio da FIFA desde 1970, tem no Brasil o seu maior público, com uma demanda que, em 2022, tem esgotado estoque de revendedores e se tornado uma febre entre pais, filhos e avós.
A cada quatro anos, o álbum da Copa do Mundo reaparece com uma série de novidades para atrair um público cada vez mais inerte na cultura do virtual e do imediato. Para esse ano, além de repaginar sua versão virtual e apresentar parcerias com grandes marcas como a Coca-Cola e o Nubank, a Panini trouxe cromos extras com a imagem de 20 jogadores especiais que são caçados como verdadeiros tesouros pelos colecionadores, possuindo também um alto valor de revenda na comunidade.
A empresária Ivana Muller, 37, proprietária da Banca da Villa (@bancadavilla), localizada na zona centro-sul de Manaus-AM, afirma que o movimento de vendas registrado em 2022 é consideravelmente superior ao de Copas anteriores. "Não sei se foi por devido à pandemia, o fato de as pessoas estarem dentro de casa, mas aumentou [o interesse]. Esse ano a procura foi muito maior. A Panini não suportou, né? A gente passou alguns dias da semana, quatro dias, cinco dias sem figurinha, porque ela não estava suportando a quantidade de solicitação”, explicou Muller que afirmou ainda que, a chegada dos álbuns da Copa, dá grande fôlego ao mercado de bancas de revista. “Buscamos a inclusão de conveniência, porque senão não dava mais. Porque as pessoas não procuram mais revista, não procuram mais livro, porque a internet roubou isso das bancas, né? Então, nessa época de Copa, é muito bom para a gente que trabalha com banca”, disse.
O relato de Muller é atestado por pesquisa da empresa de pagamentos eletrônicos Cielo, que afirma que a chegada dos álbuns aumentou o faturamento das bancas de revista em 347% na sua semana de lançamento, com o crescimento mantendo-se acima de 100% nas semanas seguintes.
E a mania de colar figurinhas que se alastra pelo Brasil não se limita à esfera gráfica. Tentando se adaptar à tecnologia dos tablets e smartphones, a Panini tem disponibilizado desde a Copa de 2014 a versão online de seus álbuns, com o preenchimento de cromos virtuais e interações de usuários, no entanto, a maior parcela dos consumidores tem preferência pela versão física, como o universitário Luiz Felipe Gomes, 24, que rejeita esta alternativa de colar os cromos por aplicativo. "A graça é todo o esforço para comprar um pacote de figurinha, on-line não tem graça nenhuma”.
Lucas Peixoto, 26, estudante de graduação, também afirma que o álbum virtual é apenas um complemento. “Na verdade, a graça está no álbum físico. O álbum online é para dar um bônus. O álbum físico tem a emoção de ir trocar figurinhas, abrir os pacotes, pegar os jogadores famosos. De fazer algo que ocupe o tempo e que se transforme em conhecimento”, comentou.
O álbum oficial da Copa do Mundo pode ser encontrado nas bancas e conveniências da capital amazonense. A versão regular do livro é vendida a R$12 e a edição com capa dura a R$44,90, já o tradicional pacotinho com 5 cromos custa R$4. A abertura da Copa do Catar ocorreu no último domingo (20), e o Brasil estreia nesta quinta-feira (24) contra a seleção da Sérvia.
*Texto informativo faz parte das atividades da disiciplina Técnicas de Entrevista Jornalística, ministrada pela professora Vanessa Sena (2022-2).
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