Provavelmente você já ouviu a icônica frase de Regina George, em Meninas Malvadas, “Às quartas usamos rosa”. Porém, chegou o mês escolhido para lembrar a importância de “vestir essa cor” o quanto antes. O outubro rosa é uma campanha que dá visibilidade ao câncer de mama e à necessidade do diagnóstico precoce. E este ano, o tema da campanha é: “quanto antes melhor”.
O câncer de mama é a principal causa de mortes das mulheres, no Brasil, apesar de também ser possível nos homens. Acontece devido a multiplicação e o crescimento desordenado de células da mama, que se transformam em nódulos, e se não tratados no tempo e da forma correta, levam a morte.
A descoberta pode acontecer por meio do autoexame, onde a mulher com o braço para cima, toca sua própria mama, na intenção de identificar alguma alteração e a partir disso, seguir para um especialista. Ou através do exame de mamografia, diretamente, com o especialista.
Segundo o ginecologista e diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas, FCECON, Gerson Mourão, a tendência mundial é que anualmente o câncer aumente: “o câncer ano a ano vai aumentar, porque a medida que as mulheres envelhecem, a tendência dele acontecer aumenta e quanto mais você envelhecer, maior a chance de ter câncer”.
Alguns especialistas defendem que o autoexame não é tão seguro quanto a mamografia e por isso, não deve ser incentivado. Entretanto, a realidade brasileira é outra: “a primeira coisa que temos que entender é que em países como Estados Unidos, onde as pessoas têm acesso a mamografia é uma questão, no nosso país 70% das mulheres descobrem elas próprias o seu câncer, então, nós temos que permanecer defendendo a bandeira do autoexame e lutar pelo acesso a mamografia para todas”, diz o doutor.
O tratamento precocemente iniciado tem maiores chances de cura, além de ser menos invasivo, e a mamografia é fundamental, como afirma a mastologista, Hilka Espírito Santo: “a mastologia é a especialidade que cuida das doenças da mama, a gente tem que entender que essa é a principal causa de morte das nossas mulheres no Brasil e no mundo. A gente tem que orientar que elas realizem as suas mamografias anualmente, a partir dos quarenta anos e o autoexame sistematicamente, todos os meses. A data para começar esse autoexame é assim que a menina passa a ter suas mamas”. Visando a facilitação do processo para a mulher que descobriu o câncer, a doutora ainda sugere o projeto “enfermeira navegadora”, da FCECON. Descubra mais sobre assistindo ao vídeo:
Importante salientar que em tempos de pandemia, os tratamentos continuam acontecendo de forma segura. “recebemos todas as orientações de planejamento, recebimento das mulheres e procedimento do Instituto Nacional de Câncer para que todos os secretários municipais de saúde estejam prontos para receberem o público de forma segura. Orientamos ainda que todas as ações preventivas sejam anunciadas nas televisões das unidades, através das redes sociais e os recursos possíveis, para que o sistema não pare de atender e essas mulheres possam ser curadas”, diz Marília Muniz, coordenadora estadual de atenção oncológica.
Apesar de ser um processo difícil, iniciativas como a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à saúde da mama, FEMAMA, tornam mais leve. Com o intuito de compartilhar experiências, incentivar e informar mulheres que estejam vivendo o câncer de mama, guerreiras como Joana Mazulo, diretora – presidente do CIAM, engajam nessa missão. “já tive câncer de mama há 26 anos e luto pelos nossos direitos. Fui diagnosticada precocemente e por isso estou com vida. Meu recado para as mulheres é que se previnam e vão ao médico. Se eu consegui, elas também conseguem”.
E foi através de redes de apoio como essa, que a Lidiane Araújo, paciente da FCECON, venceu a doença e hoje está no período de acompanhamento. Sua história foi cheia de desafios desde a descoberta até hoje, mas uma surpresa durante o tratamento fez toda diferença para a recuperação: “quando eu descobri, meu caso era grave e de cirurgia, o câncer já estava se instalando pelo meu corpo, mas eu também descobri minha gravidez e com a ajuda da rede feminina, eu lutei muito por essa vida que estava dentro de mim e pela minha vida também”. Lidiane faz questão de deixar um recado para todas as mulheres: “nunca desistir, nunca podemos deixar de lutar!”
Edição: Marcella Ladislau
Atualização: Maickson Serrão
Supervisão: Professora Vanessa Sena