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ALTO NÍVEL DO RIO NEGRO AFETA BAIRROS E RUAS EM MANAUS E NO INTERIOR
Segundo previsões do Serviço geológico do Brasil, a enchente deste ano pode bater recorde de anos anteriores

Aderlan Carvalho - Redação PortalFalcon.com


O drama das famílias que moram às margens do rio negro e igarapés, se repete mais uma vez a quase dez anos depois da enchente histórica ocorrida em 2012. A zona mais afetada até o momento é a região portuária da capital, onde pelo menos 8 mil famílias serão prejudicadas. A água já atinge ruas do centro de Manaus, impossibilitando o tráfego de pedestres e veículos. A prefeitura de Manaus, por meio do decreto Nº 5.078, lançado na última quinta-feira (6) declarou estado de emergência para o município devido a enchente do rio negro e seus afluentes. 

Bairros e ruas já começam a ser afetados. No centro histórico de Manaus, por exemplo, a rua dos barés já encontra-se debaixo d’água, e moradores do bairro São Jorge e Educandos já improvisam suas passarelas com pontes de madeira. Essas áreas já enfrentam a cota de inundação e cota de inundação severa. A primeira diz respeito aos primeiros danos observados e a segunda quando há danos graves causados pela inundação, segundo explicações da pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil, Luana Alves.

O último boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil, afirma que o nível do rio segue em enchente acelerada subindo a uma média de 7cm por dia. A medição feita até o último sábado(08), apontou que o nível do rio encontrava-se em cota de 29,33m. Tudo indica que o recorde de 29,97m será ultrapassado.

O prefeito de Manaus, David Almeida, e o vice-prefeito Marcos Rotta, acompanhados pelos membros do Comitê Especial de Enfrentamento das Cheias Fluviais do Município, fizeram na última sexta-feira, (7), uma visita técnica ao Centro da cidade para avaliar a situação da região e traçar estratégias de enfrentamento à cheia de 2021, possivelmente uma das maiores dos últimos anos.

Enchente no interior

A situação no interior não é diferente. Algumas cidades estão submersas, e outras já começam a decretar estado de emergência devido ao alto nível do rio que se aproxima da terra firme. Municípios como Ipixuna, Eirunepé, Boca do Acre, Guajará, Itamarati, Envira e Pauini já decretaram estado de emergência.

O Governo do Estado lançou o plano que irá socorrer as cidades que já estão em cota de inundação severa. O pacote de investimento é de aproximadamente de R $67 milhões, que serão destinados em ajuda de ações humanitárias, instalação de abrigo e outras providências. Na última quinta-feira (6), foi lançado pelo Governo do Estado, Wilson Lima, o auxílio enchente, com o objetivo de beneficiar as famílias atingidas pela cheia dos rios tanto na capital quanto no interior, com o valor de R$300 que será pago em uma única parcela.  

Moradores da ilha da Paciência, comunidade próxima ao município de Iranduba, relatam como estão lidando com o alto nível do rio. Francisco Paulo, 50, morador da ilha desde o nascimento, conta que já presenciou muitas enchentes e é um dos poucos moradores que tem onde se refugiar nessa situação onde o rio encontra-se em cota de inundação severa. 

Francisco Paulo, relatou como está lidando com a enchente que já afeta sua residência na ilha da paciência “ultimamente eu venho para cá todos os dias somente para fazer algum trabalho e levantar os móveis que temos para não perdê-los”. Relatou ainda que o único meio de locomoção funciona por via fluvial de forma especial a Canoa. O perigo é iminente. O morador da ilha afirma que além da preocupação com os filhos, é preciso tomar cuidado com animais, como cobra e jacaré que adentram nas residências do moradores.

A Defesa Civil do Município de Iranduba - cidade que já decretou estado de emergência, por meio de relatório, afirmou que vem trabalhando para prestar ajuda às famílias afetadas. Por meio do plano de contingência de enfrentamento à enchente criou o Comitê de crise e enfrentamento à enchente de 2021. O comitê reúne todas as secretarias municipais de Iranduba.  
Até o momento, a Defesa Civil dá maior atenção principalmente às comunidades, destinando madeiras para construção de pontes no distrito de Cacau Pereira, águas claras, Nova Veneza e Mutirão Zinho. Além desses serviços, as famílias estão sendo cadastradas pela Defesa Civil a qual solicitará ajuda humanitária aos órgãos do governo, além de estar providenciando de forma emergencial abrigos para 50 famílias que já estão com as casas submersas. 

Edição: Aderlan Carvalho
Supervisão: Macri Elaine Colombo



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