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A dependência química causada  pelo uso excessivo de drogas

Como o uso de drogas pode afetar a saúde e vida social de seus usuários.

Por Ana Aguiar, Heloisa Gomes e Juliana Melo*

Especial para portalfalcon.com

Publicado em 09/06/2023


O uso recreativo de drogas é uma prática cada vez mais comum entre os jovens e adultos  no mundo todo. No entanto, apesar da aparente diversão e descontração que as drogas  podem proporcionar em um primeiro momento, os malefícios do seu uso excessivo são  inúmeros e podem trazer consequências graves para a saúde mental e física dos usuários. A fácil disponibilidade dessas  substâncias contribui para elevar o consumo e, com isso, novos adeptos, sobretudo,  adolescentes e jovens, inserem-se no complicado submundo das drogas. 


As drogas podem causar dependência de várias maneiras. Quando uma pessoa começa a  usar, ela pode experimentar uma sensação de prazer ou euforia porque as drogas afetam  os níveis de dopamina no cérebro, que é um neurotransmissor responsável por regular a emoção, o humor e o prazer. Quando elevada a quantidade de dopamina no cérebro, o  usuário sente prazer e pode querer experimentar essa sensação novamente. Com o uso  prolongado, o corpo se adapta aos efeitos das drogas e começa a tolerá-las. Isso significa  que a pessoa precisa de doses mais altas da droga para sentir os mesmos efeitos. Logo, o  cérebro se adapta à presença da droga e começa a exigir o uso constante dela para manter  certos níveis de dopamina. 


Quando o usuário tenta parar de usar as drogas, ele pode sentir sintomas de abstinência. Esses sintomas fazem com que a pessoa continue usando a droga para aliviar o  desconforto. Com o tempo, a pessoa pode se tornar fisicamente e psicologicamente  dependente das drogas e, consequentemente, acarretando doenças. É o que relata Elias Samias, de 20 anos, ex-usuário e que teve seu primeiro contato com as drogas através de amigos. Segundo ele, o primeiro contato foi com a maconha e em seguida, a cocaína. “Hoje eu tenho sinusite por conta da cocaína, ela comeu a parte interna do meu nariz e eu tive que parar de usar por 10 meses, mas na época por conta do vício acabei voltando a usar” declarou. Abaixo, confira a entrevista com Elias Samias.

De acordo com a enfermeira do Hospital e Pronto-Socorro Adriano Jorge, de Manaus-AM, Antônia Maria Veras, o consumo de drogas causa diversos efeitos colaterais em curto ou longo prazo como mudança de apetite, alterações de sono, frequência cardíacas, facilidade no desenvolvimento de doenças mentais e tendências cancerígenas. “A pessoa acaba perdendo sentido e a noção de si, deixando-as como se fossem zumbis. Inclusive, a nova  droga de laboratório k9 chega a ser mais forte que o crack”, alerta.


A enfermeira também comenta que já presenciou casos em urgência e emergência onde a medicação não fazia efeito porque os pacientes eram usuários de entorpecentes há muito tempo.“Era preciso doses muito altas de remédios, como duas ou três ampolas de  anestésicos para realizar procedimentos e cirurgias”, recorda.


Gestantes usuárias de drogas ilícitas 


Estudos recentes comprovam que gestantes usuárias de drogas podem desencadear a síndrome de abstinência neonatal. Drogas como anfetaminas,  cocaína, maconha ou até mesmo álcool e tabaco, provocam implicações negativas para a  mãe e para o bebê em gestação. A síndrome é causada com a chegada dessas drogas na placenta e, consequentemente, transmitidas criando um vício para o bebê. Após o nascimento, o bebê deixa de receber e passa a apresentar um quadro de abstinência, gerando irritação, baixo peso, choro excessivo, problemas para dormir e diarreia, durante uma semana a seis meses.


Educação e conscientização


A prevenção do vício em drogas começa com a educação e conscientização sobre os  perigos e riscos do uso de drogas. Algumas medidas podem ajudar a prevenir o vício em  drogas, como fortalecer fatores protetores, promovendo o desenvolvimento de  habilidades sociais e emocionais; manter conversas regulares com jovens e adolescentes  sobre suas atividades e amigos pode ajudá-los a evitar situações de risco; reduzir acesso e tratamento para ajudar aqueles que já lutam contra o vício. 


O poder público também pode  desempenhar um papel importante no combate ao vício em drogas, por meio de políticas públicas e programas de prevenção e tratamento. Isso pode incluir a alocação de recursos  para campanhas de conscientização, tratamento especializado para dependentes químicos,  políticas de prevenção, educação nas escolas e investimentos em pesquisa médica.


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*A reportagem faz parte da atividade avaliativa da disciplina Redação e Produção para WEB, ministrada pela professora Vanessa Sena, durante o semestre de 2023-1.

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