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Hidratação: a importância do consumo de água no calor amazônico
A ingestão adequada de água desempenha um papel fundamental na prevenção de cálculos renais.

Por Adryanna Menezes, Ester Carvalho e Ruan Juca*

Especial para portalfalcon.com

Publicado em 09/06/2023


O verão amazônico é o período em que as ondas de calor, característico da região, intensificam-se, ocorre de julho a dezembro e é marcado pela redução das chuvas. A desidratação é uma das consequências do calor, por isso o consumo adequado de água é importante para evitar problemas de saúde, dentre eles, a insuficiência renal.


Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (USB), 5% da população do Brasil sofre com problemas de cálculo renal, e, nos períodos mais quentes, esses casos aumentam em 30%. Esse índice pode aumentar em todo Brasil como consequência das mudanças climáticas. Na região Norte não é diferente, onde a maioria dos estados sofre com o clima quente. 


Com base em dados da Fundação Hospital Adriano Jorge, vinculada ao Governo do Amazonas, em Manaus-AM, a fila de pacientes à espera de atendimento para tratar doenças renais já chegou a ter 800 pessoas. De acordo com o órgão, há a meta de zerar essa fila ainda neste ano. Em abril de 2023, esse número diminuiu para 200 pessoas, com a presença de mais médicos especializados na área de nefrologia e urologia.


A nefrologista Lorena Cruz explica que a hidratação é fundamental para que os rins desempenhem sua função, que é filtrar as toxinas do corpo. A desidratação traz problemas de saúde que muitas vezes não são levados a sério pela maioria das pessoas, dentre eles, a diminuição da filtração renal, que ocasiona no aumento de escórias nitrogenadas (ureia e creatina), e que os especialistas chamam de insuficiência pré-renal. A doença começa a partir da cristalização de sais minerais concentrados na urina, causando dores agudas. “A hidratação é fundamental para que os rins desempenhem a função de filtrar as toxinas do corpo.  Se houver pouca ingestão hídrica, os rins sofrem pela desidratação e aumentam as chances de formar cálculo renal. Sintomas como fadiga, náuseas, vômitos, cefaléia e sonolência podem ser sinais de insuficiência renal causados pela desidratação”, afirma a médica.


A médica esclarece ainda que parte da população tem dúvidas quanto à quantidade de água a ser consumida diariamente para manter o bom funcionamento do sistema urinário. “A quantidade ideal do consumo de água diária depende de vários fatores: idade, peso, clima, alimentação ou prática de atividade física. Mas um cálculo pode ser feito, são em média 35ml por quilo, ou seja, uma pessoa de 60kg x 35 = 2,1L por dia”, diz.

Porém, a especialista alerta que a quantidade excessiva de água também pode trazer consequências prejudiciais para a saúde. “A água em excesso também pode prejudicar os rins. A quantidade superior de 3 litros ou 4 litros por hora pode aumentar o risco de hiponatremia, que significa a queda do nível de sódio do sangue ou até mesmo intoxicação por água com a presença de sintomas como dor de cabeça, fadiga, náuseas, vômitos, desorientação e até parada cardíaca”, informa.


Diagnóstico


O estudante parintinense Adson Gomes que, aos 18 anos, descobriu a Urolitíase (cálculo renal ou pedra no rim) em decorrência da falta de água, e há um realiza o tratamento. O paciente comenta sobre as mudanças após o diagnóstico. “Comecei a sentir muitas dores nas costas, a princípio, achei que era algo normal, pois passava muito tempo sentado na faculdade. Na madrugada do dia seguinte, comecei a sentir muitas dores abdominais, uma dor insuportável que me impossibilitou de andar. Já no hospital, comecei a sentir náuseas também, a partir daí foram começando a chegar as primeiras suspeitas dos médicos”, diz Gomes.


O estudante relata que após as recomendações médicas, passou a se hidratar com mais frequência, e alertou quanto à importância da água para o nosso bem-estar. “Agora comecei a me policiar mais quanto à frequência que tomo água. Antes do cálculo renal, eu ficava o dia todo sem engolir uma gota de água, algo que não cometo mais, pois vivo com uma garrafa de água do meu lado, ela é um utensílio indispensável no meu dia a dia. Além também de evitar ingerir alimentos industrializados (refrigerante principalmente) e alimentos muito secos. É preciso encarar o hábito de beber água como necessário e não apenas por gostar ou não de se hidratar. Nós sabemos que a hidratação é importante não somente para evitar problemas como esse, mas é fundamental para nosso bem-estar diário, diz.


A ingestão adequada de água desempenha um papel fundamental na prevenção de cálculos renais. Beber água suficiente ajuda a diluir substâncias formadoras de pedras nos rins, reduzindo o risco de formação de cálculos e mantendo a saúde renal. Portanto, é essencial manter-se hidratado e fazer da água uma parte regular da rotina diária para proteger rins e promover uma vida saudável.


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*A reportagem faz parte da atividade avaliativa da disciplina Redação e Produção para WEB, ministrada pela professora Vanessa Sena, durante o semestre de 2023-1.

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